Por muito tempo, acreditou-se haver uma ligação entre Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Blanc. Havia motivo para tal. Além das três variedades serem encontradas na mesma região da França por séculos - a Borgonha -, as folhas de cada planta têm forma e estrutura quase idênticas. Entretanto, estudos modernos de DNA realizados pela Universidade da Califórnia, em Davis, demonstraram que a Chardonnay é resultado de um cruzamento entre as variedades de uva Pinot Blanc e Gouais.
Acredita-se que os romanos trouxeram a Gouais Blanc dos Bálcãs e que a cepa acabou sendo cultivada por camponeses no leste da França a partir do século III. Em estreita proximidade, crescia a Pinot Blanc da aristocracia francesa, fato que proporcionou ampla oportunidade para as uvas se cruzarem.
Por volta do século XIII, a Chardonnay teria sido reconhecida como variedade vinífera, tendo como seu berço a Borgonha. De fato, a "Chardonnay" emprestou seu nome de um vilarejo em Mâconnais, localizado no sul daquela região.
Essa uva de pele verde, utilizada na produção de espumantes e vinhos brancos é, provavelmente, a mais “maleável” que existe no mundo, e grande parte disso se deve ao fato de ser possível produzi-la em praticamente todo lugar do planeta.
É possível utilizá-la na produção de vinhos que apresentam desde a expressão máxima da fruta — ou seja, vinhos que não passam por madeira — como aqueles que variam de notas mais suaves até os mais amadeirados — que apresentam características de baunilha e amanteigados.
A Chardonnay dá origem a vinhos ricos em aromas e sabores, de forma que evidencia as frutas cítricas quando submetida a climas frios, e frutas tropicais a climas quentes. Para atingir essa gama variada de vinhos que vão de estruturados e encorpados até leves e delicados, sua grande aliada é a Terroir.